Contando experiências de vida em poesia e qualquer manifestação de arte!!!!!!!







10 de out. de 2010

Dez anos se foram...
Vejo outros rostos,
outras dores,
mas não mudei.
Andei...andei...e estou no começo.
O mundo mantém seu movimento em torno do Sol,
e sempre chega o outono.
Só que mudam todas as histórias,
menos a minha.
A figura do espelho está mais velha,
cansada,
porém a peleja não acaba.
Amor, não sei mais o por quê do meu choro.
Minhas preces já estão surradas.
Amor, minha luz está covarde.
Do alto do prédio,
penso em voar.
Na calçada penso em correr...
mas do quê? De mim?!
Amor, não sei mais o que sinto.
Amor, não sei mais o que digo.
A alma grita...A alma grita...A alma grita...
Não é de dor, é de agonia!
Lembro de quando eu acreditava em mim,
lembro do orgulho de cada respiração.
Agora só o que sinto é apatia.
E isso enfada.
Amor deixe-me aqui.
Não venhas comigo,
não estejas comigo.
A alma grita... A alma grita... A alma grita...
Amor leve-me... Leve-me daqui.
Amor, me mostre um caminho diferente deste.
Onde possas contar as pedras e não senti-las!


André G. Jardim

Vida

Da vida,
só tenho uma incerteza... O certo...


André G. Jardim

5 de out. de 2010

O Grito

Falo com um amigo,
pergunto como ele se sente.
Vejo em seu olhar,
escuto de seus lábios,
que nada de novo acontece.
Vou para rua,
sentir o mundo.
Olho uma vitrine,
lá estão os sonhos...
Carros em volta,
vozes atravessando-me.
São lanças que ferem somente a alma!
Chego a uma praça,
procuro um banco o mais isolado possível.
Sento-me e tento refazer-me dos golpes,
sinto fome,
sinto sede,
e um gosto amargo na boca.
Meus lábios ressecam-se,
não tenho como saciar-me,
deito e adormeço e agora sou eu que sonho.
Anjos vêm até mim,
e mostram-me o mundo!
Mas nele não há ninguém!
De repente escuto um grito,
é minha própria voz!
Sou eu que grito,
expondo o que sinto!
Acordo. Pessoas olham-me e me pergunto:
será esse o fim de tudo?!
Mas percebo que vaguei, numa vã tentativa,
de fugir de quem sou...


André G. Jardim