Contando experiências de vida em poesia e qualquer manifestação de arte!!!!!!!







28 de ago. de 2010

The Gun

Mão ao alto! É um assalto!
Passe-me seu dinheiro,
e tudo mais que você tiver em seu nome,
ou descarregarei todos meus versículos, capítulos,
e toda a sorte de textos apócrifos ou não!
Não reaja, será pior!
Não tente escapar,
pois a ira do meu Comparsa será implacável!
Irei até aonde você se esconder,
ou pegarei sua mulher e filho!
É bom que deixe “rolar”,
e transfira tudo para mim.
Quero duplicar o patrimônio,
quero “lavar” dinheiro,
quero enriquecer, Mané!
Quero ser o novo “vendilhão” do Templo,
de preferência que o santuário seja meu!
Portanto, passe,
passe tudo o que você tem em seu nome
e seja meu “obreiro”.
Fique pobre,
pois assim renascerá no Reino do Céu,
enquanto divirto-me no inferno!

André G. Jardim

Samuel

Quando pensamos em guerreiros,
nos vem à cabeça homens fortes,
aguerridos,
que não têm medos,
sofrimentos,
até mesmo consciência.
Mas nos deparando com um,
percebemos que estes adjetivos não captam com fidelidade,
com maestria,
com real descrição estes seres,
que antes de tudo são:
humanos!
Sim, humanos,
sim, falhos,
sim, carne e osso.
Porém, daí vêem suas nobrezas,
que muitas vezes são encaradas como “fraquezas”.
Conheci um guerreiro,
não usava armadura, espada, escudo...
Sua virtude não era salvar nenhum Reino ou República...
Ele usava fome de vida como armamento,
lutava por sua própria existência como virtude.
Seu nome é Samuel,
homem destemido e admirado por muitos,
um ser que no alto dos seus poucos meses de vida, trava uma luta, incessante,
penosa,
feroz,
contra um inimigo que por conveniência chamamos de “Morte”.
Este “Gladiador”, com aparência frágil, digladia com força descomunal,
por sua história, pelo amor de seus pais,por um irmão.
É uma pessoa diferente das outras,
pois não quer ser Messias,
porém nos dá lição de como ter vontade de viver!
Aprendi muito,
admirei-o todos os dias, quando pude ter com ele,
nunca o esquecerei,
será sempre uma luz em minha biografia,
acalentando-me nos momentos difíceis,
dando-me uma lição de vida e de força.
Paz, guerreiro, e que Deus o conduza nesta empreitada,
já vencedora e gloriosa!

André G. Jardim

22 de ago. de 2010

Rugas

Acordo, olho-me no espelho,
cara amassada,
cara de sono.
Banho-me,
e tento recompor-me da noite mal dormida.
Ainda sofro com a insônia...
Que nos últimos anos cisma que é minha amiga.
Arrumo-me, saio e vou à procura da via,
Sendo não mais o mesmo,
sendo um homem forjado pelo sofrimento e dor,
mas não reclamo,
se não fossem esses sentimentos cruéis,
não evoluiria.
Teria deixado que emoções idiotas,
regessem minha vida.
Agora olho para o céu à noite,
não vejo apenas estrelas,
vejo meu passado ali desenhado.
Já paraste para pensar nisto?
O céu é sua testemunha por toda caminhada.
Por que então, preocupar-se com o resto?
Preste atenção em ti,
seja um ser sem amarras,
um escravo liberto!

André G. Jardim

14 de ago. de 2010

Carta a Uma Amiga Desconhecida

Andei hoje,
como se estivesse com todas as vidas em minha mão.
Cada passo,
levava-me, não para o objetivo ao qual me dispus a chegar;
mas para dentro de mim.
Sentia o fraco calor do sol,
sentia o frio do outono,
sentia o vento na pele,
sentia o cheiro das outras pessoas,
sentia enfim o mundo.
Só que não sentia paz!
É engraçado falar isso!
Como uma pessoa que se entrega à solução,
não encontra esse sentimento?!
Só que preenchido apenas de esperança;
de receio por certo estava!
Sim esperançoso,
receoso,
magoado,
sofrido,...
Mas desabafo e peço:
felicidade, bata ‘a porta, chame meu nome.
Veja meu rosto cansado,
tenha a delicadeza de estender-me a mão e amparar-me.



André G. Jardim

12 de ago. de 2010

Depois de...

Depois de muito tempo,
depois de entregar-me,
depois de pensar em mim
por último,
sinto um prazer enorme de estar comigo!
Passo por um momento de busca,
momento de resgate.
Estou trazendo para o mundo...
Um “eu” que havia eu esquecido.
Tão preocupado em servir aos outros,
nem notei que estava afastando-me de quem mais preciso,
e este alguém sou eu!
Agora sozinho, penso: quanto tempo perdi,
com quantos “moinhos” guerrilhei!


André G. Jardim

8 de ago. de 2010

Escuridão Acolhedora.

Passos largos levam-me até mim,
levam-me até você,
só que de forma engraçada, chego a lugar nenhum.
Olho a garota brincando na rua,
vejo o pássaro perto da árvore,
vejo o velho na esquina,
só não vejo meu lugar.
Até hoje penso em como seria se estivesse não aqui,
mas em outro plano.
A rua fala comigo,
e deseja-me bom dia olhando no fundo dos meus olhos.
Minha alma está morta!
Não sei como viver!
Peço a Deus que dirija, quero descer.
Não vejo mais o horizonte...
Amanhece,
e não acredito mais no que se foi,
apenas vejo mais um dia se seguindo,
vejo as estrelas deixando o céu,
para que um majestoso Sol venha,
e aqueça meu coração!
Preciso muito deste calor,
queime,
queime minha alma morta,
queime...
queime,
queime minha alma;
alma que não é mais minha!

André G. Jardim

2 de ago. de 2010

Bem vindo Garoto.

Oi!
Bem vindo ao inferno!
Mas entre de chinelo,
aqui não tem muito que fazer!
Espere um pouco, logo, logo,
o “Patrão” já vai vê-lo,
e gostar bastante do que cometer!
O “Cara” veio!
Não foi simpático!
E ainda me fez com ele beber!
Voltei para o meu lar,
sentindo asco do meu corpo.
E só o copo foi meu amigo!
Todos me deixaram!
Fui jogado ao limo,
e agora refeito vejo que não perdi muito!


André G. Jardim